domingo, 24 de fevereiro de 2008

Só pra não esquecer...

3 - 1 Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu: 3 - 2 há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; 3 - 3 tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar; 3 - 4 tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar; 3 - 5 tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; 3 - 6 tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora; 3 - 7 tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar; 3 - 8 tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz. 3 - 9 Que vantagem tem o trabalhador naquilo em que trabalha? 3 - 10 Tenho visto o trabalho que Deus deu aos filhos dos homens, para com ele os afligir3 - 11 Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração deles, sem que o homem possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim. 3 - 12 Já tenho conhecido que não há coisa melhor para eles do que se alegrarem e fazerem bem na sua vida; 3 - 13 e também que todo homem coma e beba e goze do bem de todo o seu trabalho. Isso é um dom de Deus.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008




Seguindo o clássico modelo Baiano, onde diz que o ano só começa depois do carnaval, demorei para dar o ar da graça mas cá estou, cheia de novidades !!!
Depois de uma curta temporada na casa dos pais do Julio, finalmente conseguimos nosso cantinho. Lindo , fofo, cheiroso e que cada dia ganha mais a nossa cara. O apartamento é maior do que procurávamos, está semi mobiliado com coisas que precisávamos como um sofá, exaustor, mesinhas de canto, etc. Já amo chegar em casa e sonho com tudo que ainda quero melhorar nela. A vida profissional ainda esta engatinhando e não temos ainda uma rotina bem definida, tenho trabalhado pouco, estudado pouco. O ócio vicia!!! Espero mudar essa realidade bem em breve.

Neste mês de procuras e achados, recebemos um tratamento de choque, e muito do que sonhamos ao fazer o caminho inverso (SP—BA), já ficou para trás. Mas não se enganem que concordarei com meu companheiro de Baianidade e cantarei para Salvador o que ele cantou para Sampa::: “quem vem de outro sonho feliz de cidade, aprende depressa a chamar-te de realidade”. A Bahia tem o sol mais brilhante do mundo, a praia morna e desfarofada, o povo mais necessitado (realmente Gil o HAITI é aqui) e mais feliz que já vi, tem familia para almoços de domingo (de segunda, de terça e quinta também), tem fins de semana de Caiaque, praia do forte, Chapada, acampamento e muito sol na cabeça, tem marca de biquíni o ano inteiro, tem cultura, tem arte em todo canto, tem cidade baixa e pelourinho que amo, tem carnaval e tem o Julio feliz.
Depois desses primeiros dois meses posso compreender um pouco de como será nossa vida aqui, e me preparar psicologicamente pro tanto que ainda virá.

Aqui as pessoas tem cores, cheiros, dores.
Aqui os bairros são classificados, os shoppings lotados e o povo enfileirado.
Aqui as ruas tem carros, as ruas tem passantes, as ruas tem moradores.
Aqui coleta seletiva é feita na porta de casa, pelas mãos dos catadores.
Aqui tem necessidade.
Se até aqui vim, é aqui que quero ficar.
Se aqui fico, aqui quero ajudar.
Se aqui ajudo, tem sentido o meu lutar.

É carnaval em Salvador!!!


Na minha estréia no Carnaval em Salvador no ano de 2006, fiquei com a impressão que ninguém poderia morrer sem vivenciar isso um dia. É tamanha a emoção de seguir o trio, de sentir a energia e a alegria, que o fato de ser axé perde toda a importância (perdoe-me os fãs, mas headbanguer um dia, sempre HB). Nesse ano, agora moradora local, fomos apenas um dia no carnaval e pra mim foi o suficiente. Recebemos visitas especiais que vieram ver o q a Bahia tem. Nossa primeira hóspede foi Vivi, nossa querida amiga francesa que veio com toda sua educação européia dançar arroxa no bloco da camisinha (bloco gratuito e sem corda), ver as marchinhas no Pelô e até subir no trio. Acho que não foi traumatizante e no fim acho que ela curtiu muito. Saindo Vivi, horas depois recebemos o casal animadíssimo Bella e Zé Carlos que conseguiram sair todos os dias nos blocos com um pique invejável. No fim, foram curtir a maresia do pelourinho conosco. Na terça chegou a Grá minha companheira de Cuia e Sampa e minha grande amiga de sempre. Chegou aqui de navio e pode ver um pouquinho da minha vidinha atual. Super, super paulista Meo não quis nem dar uma espiadinha na muvuca, mas levei-a para o pelourinho para ver algo que a TV não mostra.



os gringos no carnaval



Eu e Julio, pagando contas da nova morada, não conseguimos digerir a idéia de pagar uma pequena fortuna para horas atrás do trio. Ensaiamos ir um dia na pipoca, mas fomos vencidos pelo cansaço de duas horas de engarrafamento para andar poucos kilometros, e próximos ao objetivo, demos meia volta e terminamos jantando nosso amado Yakisoba. Não há animação que resista a horas enfurnadas em um carro. Porém descobri outros carnavais, descobri as marchinhas no pelô, os blocos alternativos e me animei muito mais do que ficar nos circuitos famosos. Existe um carnaval oculto nesta cidade que é mais calmo, menor mas não menos belo.


O Carnaval em Salvador é uma festa peculiar. Inicialmente era uma idéia democrática e linda , idealizada pelos exaltados Dodô e Osmar. Hoje ganhou um poder comercial enorme e de alguma maneira acabou segregando o outrora popular. Quanto a violência, sinceramente acho bem razoável os índices, haja visto o problema social local e o numero enorme de pessoas reunidas. Ainda partilho a opinião que não se pode morrer sem ver tudo isso aqui um dia. Quanto a mim... Queria na verdade ser uma apaixonada pela festa e deixar o Julio contente, mas cada ano que passa me vejo menos atrás do trio. Esperarei o São João e dançarei tudo que me poupei no carnaval. Mas todo ano esperarei fevereiro ansiosamente, imaginando que pessoas queridas aparecerão. Sintam-se convidados!!!