segunda-feira, 16 de março de 2009

levanta sacode a poeira e dá a volta por cima...

















Sequencia da horta!



Mais um recomeço na nossa “so called life” (alguem lembra desse seriado?). Julio agora é professor adjunto de clínica médica da Universidade federal da Grande (Graaaaaande) Dourados, chique bem. Esse concurso surgiu em nossa vida através da busca constante do Julio em concretizar seu sonho de ser professor. Como percebemos que a coisa demoraria pra acontecer na BA, fizemos um pacto: após o doutorado aonde tivesse concurso, iríamos, não importava o lugar! Primeiro ele tentou Cbá. Dessa vez Deus já havia colocado em meu coração que não ia rolar, lá não era O lugar. Mesmo assim sofri ao ver a chance de retornar às origens esvair-se concurso abaixo. Depois surgiu Dourados.
Bom o MS sempre foi um lugar inexistente pra mim. Sabe tipo Acre pra paulistano? Passa despercebido. Não conhecia muito bem a região, nunca havia ido pra lá, não tenho família por lá, nada. Em Dourados havia minha referencia a Renata. Grande pessoa companheira Emiliana que mudou com seu Allan pra lá no fim da residência. Sabia que ela era professora na UFGD e que gostava do lugar. Ligamos pra ela e jogamos limpo nas nossas intenções, nossos planos , etc. ela disse VENHA. O Julio ficou empolgadíssimo, ainda mais com a noticia que esperariam ele terminar o doc. Eu não botei fé. De verdade achei que ele jamais teria coragem de se jogar dessa maneira e continuei cavando meu futuro na Bahia.

Ele veio para o concurso em outubro, algumas semanas antes do parto. Voltou para casa encantado . Arrume as malas, encaixote as coisas. Recomecemos encore!

A mudança, como não poderia deixar de ser foi uma loucura. A mudança demorou dez dias pra cheagr e ficamos no chão de uma casa vazia com uma criança de um mês. Julio em SP defendendo o doutorado. Eu segurando a barra com Juliana. Uma loucura. Assim que a mudança chegou embarcamos pra Cbá. Um período estressante por achar que Maria estava sofrendo.

Logo surgiu o concurso para mim : medica do HU local, tudo que eu poderia querer. Maria estava com recém completos dois meses e assumi as pressas. Corre corre atrás de empregada, babá.... AAAAAAAHHHHHH. Passou.....
Hoje temos uma rotina estabelecida. Moramos em uma casa fofa que a mãe do Julio veio alugar para nós. Temos uma horta orgânica, um carro novo, almoço em casa, mesa posta, silencio e uma filha crescendo feliz e saudável. Temos meu sorriso no fim do dia me realizando profissionalmente. Temos sonhos e planos palpáveis. Temos certeza de algo maior por trás de tudo isso.

Breve resumo do pós parto




Esse blog estava abandonado ultimamente. Tudo culpa da Maria! Desde quando resolvi fazer um blog exclusivo dela, deixei esse de lado. Talvez isso reflita bem o que foram estes últimos meses na nossa vida: MARIA.

Seu nascimento ocorreu em um lindo dia de sol, uma quinta feira, naquele 23 de outubro. Quando vi que ela não queria sair, Julio iria viajar, mamãe chegando ... Por favor tirem ela daqui! Um dia antes não pensei em nada. Não chorei, não ansiei, não sonhei. Apenas dormi, e pra falar a verdade dormi muito bem, já aliviada. Acho que é a fé, sabe. A certeza no meu coração de que tudo ia dar certo. Fiquei tentando buscar na mente alguém que aniversarie em 23/10, - sei lá pra ver se a pessoa é legal; tenho essas besteiras- e conclui que não conheço ninguém, nem no meu Orkut tinha alguém. Conclusão : ela é realmente única. Única no nome (nenhuma Maria sem segundo nome no meu circulo de conhecidos), única na data, única por ser única. Minha primogênita.

O dia do parto foi tranqüilo. O pai eufórico. Minha mãe a rocha como ela é. Os Rosas/Crodas companheiros fiéis. Tudo perfeito.

Os dias seguintes foram conturbados, cinzentos e cansativos. Nesse ponto assumo a minha parcela de culpa e quem me conhece sabe a insistência no não habitual, essa louca vontade de sempre ser diferente, valentona. Deveria ter ido pra Cuiabá ficar com meu povo e cumprir a tradição de permanecer entre as mulheres da família, como faziam no tempo dos meus avós. Permanecer 7 dias sem meu marido foi o ápice da crise. Loucura que hoje agradeço por estar no passado.

Quero aqui destacar o papel da minha mãe e minha irmã. A primeira esmerou-se em me segurar fisicamente, de me amar mais, agora como mãe de sua neta. A segunda foi meu esteio psicológico. Ver adentrá-la meu apartamento com seu filho de 4 meses no colo,deixando o resto de sua prole a 3000km, só para estar comigo foi um daqueles momentos da sua vida em que o tempo para. Entre lágrimas disse uma frase que explica tudo: - era tudo que eu precisava! Ao escrever isso e relembrar, choro...

Dias se passaram. A dor da cesárea diminuiu. A apojadura não massacrava mais. Meu bebe crescia forte e saudável. Malas prontas! Que venha Dourados.

Pontos de destaque:
- Maria engoliu sangue no parto (Sonda naso gástrica e lavagem), teve ictericia tardia, clavícula quebrada no parto (só percebida como um calo ósseo 1 semana depois), fez abscesso frio pela BCG. Bobagens!
- Eu odiei a cesárea. Odiei o procedimento em si, o bexigoma que fiz após, a dor que me impedia de deambular como gente, a sensação que nunca mais faria uma abdominal na vida, a hipoestesia no local (que dura até hj), a cicatriz , o prurido da anestesia.
- apojadura foi dolorosa e sofrida. Venci-a sem fissuras e enfrentando a dor com bomba e “Milk shake”.
- Maria não tem orelha furada.
- Maria é a menina que mais ganhou presente no mundo. Comprei um único conjunto pra ela. O resto foi presentes.
- Senti falta de quarto de maternidade cheio e de visitas a qualquer hora. OBS: sentirei falta disso até o fim dos meus dias....
- Fiz promessa que nao ficaria com cara de mulher parida do tipo coque no cabelo, camisola rasgada, olheiras profundas... Quebrei a promessa e ficava feliz no dia em que conseguia tomar um banho mais demorado e escovar o dente antes das 11h. Nao ficava de camisola rasgada e sim pelada de cinta e soutien de amamentação sujo de leite vazado e cheirando a leite azedo o dia inteiro.( cena proibida para menores e para as amigas que pretendem ter filhos um dia).
OBS 2: Acho qeu a cara de parida tá até hj!